sábado, 31 de janeiro de 2015

Eu vi bem?

Aquele Gustavo que gesticulava muito nos vídeos e que gerou polémica sobre o Charlie Hebdo, está na Casa dos Segredos? É desta que me torno uma espectadora assídua.

Sempre a aprender

Nunca digas que já viste tudo, até experimentares o misto de choque e repugnância que é ver uma mulher de meia-idade a cortar as unhas dos pés, numa viagem de expresso.
E, pela tua saúde, não dês ouvidos aos nutricionistas que te mandam comer este mundo e o outro ao pequeno-almoço, a refeição mais importante do dia e blablabla. Vais arrepender-te da torrada, do galão, até do sabor da pasta de dentes, quando embarcares nessa viagem que tinha tudo para ser uma tranquilidade, a um sábado de manhã. O teu estômago pode esperar. A pedicure da senhora não.

O rato roeu a rolha da garrafa do rei da Rússia

O ex-Futebolista Figo chegou-se à Frente e Formalizou a candidatura à presidência da FIFA, com o apoio de seis Federações.

Por mim a decisão estava tomada, na medida em que não se consegue produzir um trava-línguas de jeito com gajos chamados Ali Bin Al-Hussein ou Michael Van Praag. E ter esta capacidade para enrolar os outros é logo meio caminho andado para um presidente ter sucesso.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

O desfecho

Já resolvi este assunto flagrante. Cheguei ao pé dela e gritei Cheiras mal, bleck! enquanto lhe apontava o dedo e fazia caretas.
Não, estou a brincar. Procurei uma forma politicamente correcta. Também não encontrei. Não sou de floreados. As duas sozinhas na farmácia, disse-lhe que precisava de falar com ela. Que um utente alertou os patrões para o dito problema, e eles andaram mais atentos e repararam. As colegas também já tinham dado conta desde o primeiro dia. E ficou decidido que esta conversa tinha de existir. Não para a deitar abaixo, apenas como uma crítica construtiva. Para que ela se mancasse - falta-me palavra melhor - e tomasse as medidas adequadas. Mais valia ouvir por mim do que pelos patrões. Ou por um utente mais desbocado. Não é algo que ela tenha gostado de ouvir, mas eu também não gostei de dizer. Tinha de ser feito.

Ela chorou, envergonhada, sem sítio onde se enfiar. Eu falei sem pausas e sem margem para resposta. Posso sentir-me uma besta depois, mas sou incisiva quando assim tem de ser. Paninhos quentes não iam ajudar (os metafóricos não, mas talvez os literais...). No fim disse que o recado estava dado e não se falava mais no assunto, então até amanhã, entras às 9h não é?

A verdade é que a conversa surtiu efeitos. Hoje trazia o cabelo solto, ainda molhado, tresandava a perfume (que também veio com ela na mala), tinha uma roupa que não lhe conhecíamos. Eu devo ter sido uma verdadeira cavalgadura, porque - caraças - até o cacifo ela se pôs a limpar na hora de almoço.

Pensei que me ia odiar para o resto da vida, que ia ficar um ambiente de cortar à faca, como quando vemos um ex-namorado a passear de mãos dadas com uma gorda. Mas não. Falou-me bem, ate melhor que o costume, risinhos nervosos, agora temos um segredinho em comum e somos amigas forever. Um daqueles segredos que não é segredo para ninguém, mas enfim.

Moral da história: nunca culpem o mensageiro.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Masterchef

A receita dizia maçãs reinetas. Eu só tinha pêros amarelos. (sim, são pêros)
A receita dizia açúcar amarelo. Eu só tinha açúcar branco.
A receita dizia vinho do porto. Eu só tinha Licor Beirão.
A receita dizia paus de canela. Nem sinal deles.
 
Resultado: maçãs assadas de comer e chorar por mais.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Dois em um

Hoje estacionei num lugar com parquímetro, e assim que puxo o travão de mão aparece um gajo a acenar e a dizer 'tá bom, 'tá bom. Ora, não obstante a ajuda preciosa que ele me deu, e o afago na auto-estima ao aprovar as minhas manobras, qual é a lógica de haver arrumadores de carros em locais de estacionamento que já de si são pagos?

Um mal nunca vem só

Multa de estacionamento e consulta de ginecologia na mesma semana. Consigo imaginar maneiras tão melhores de gastar dinheiro.

Ah e tal, este Inverno tão chato


Competências profissionais

O assunto é delicado, mas não há outra maneira de dizer isto. Tenho uma colega de trabalho que cheira mal. Como se tivesse acabado de correr uma maratona com um anorak vestido.
Nunca tinha comentado com ninguém, faz de conta que não me apercebo, se calhar sou eu que sou esquisitinha com cheiros.
Hoje os patrões chamaram-me ao gabinete, queriam falar comigo. Parece que já toda a gente reparou no cheiro, inclusive utentes. Decidiram que devia ser eu a falar com a minha colega. "Se formos nós é mais constrangedor para ela. Achamos que a Alice tem o perfil ideal".

Ocorrem-me duas questões: Como é que se diz a uma colega de trabalho que o cheiro dela incomoda quem está à volta? E pior ainda, que raio de perfil é este que eu tenho e desconhecia? Dá para pôr no CV?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Boa-nova

Dizem as circulares da ANF que, a partir de 15 de Fevereiro, as farmácias vão ser obrigadas a cobrar os sacos de plásticos, 0.10€ cada. Vão rolar cabeças. Mas o ambiente agradece.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O cliente tem sempre razão

O caralho é que tem.
Os clientes têm a mania que têm sempre razão, isso sim. Entram na farmácia de papo cheio, encostam-se ao balcão antes mesmo de serem chamados, não dizem bom dia nem boa tarde, é logo quero uma caixa de não sei o quê. Se por acaso não temos o medicamento do laboratório que querem (têm noção de quantos laboratórios diferentes existem?!) refilam, agem como se a culpa fosse nossa, da pessoa que está ali a atender, e que provavelmente nem é a mesma que trata das encomendas e da gestão de stocks. O medicamento até pode estar esgotado a nível nacional, podemos tentar ligar para não sei quantos fornecedores e todos nos dizerem o mesmo, que em nenhuma plataforma nos arranjam uma caixinha que seja. Pode até ser um medicamento que foi descontinuado, ou que o médico se enganou a receitar porque aquela dosagem já não é comercializada desde os tempos da guerra. Mas não, nós é que somos umas bestas, onde é que já se viu tanta incompetência junta.

Os clientes têm a mania que percebem mais de medicamentos do que nós, escusa de estar para aí a dizer-me para tomar o comprimido em jejum, porque a seguir ao almoço é que isto me cai bem. Têm a mania de se auto-medicar, a si e à família e amigos próximos: olhe que a minha sobrinha neta aqui há três anos teve uma infecção, tomou isto e foi remédio santo, dê-me lá o antibiótico sem receita e deixe-se de fitas.

Os clientes chegam e acham que têm o direito de ser atendidos num período máximo de 2 segundos, mesmo que estejam vinte pessoas à frente. Se tal não acontecer protestam que nunca mais nos despachamos. Mas quando chega a vez deles querem falar sobre o tempo, o jogo do Benfica, que roubalheira caraças, a novela de ontem, a netinha que já toca flauta. Aí já não se preocupam com as pessoas que estão na fila, e ai de quem lhes dê pressa.

Os clientes metem-se nos atendimentos alheios, acham normal mandar palpites, cuscar o que os outros compram. Estão sempre piores do que o vizinho, a eles dói-lhes sempre mais.

Os clientes tecem comentários sobre nós, alto e bom som para toda a farmácia ouvir, que não são próprios ou solicitados. Ou porque é nova e não percebe nada disto, ou porque é velha e já devia estar reformada. Ou porque pintamos as unhas, ou porque devíamos pintar. Ou porque esta nem doutora é, deve ter tirado o diploma de uma caixa de cereais.

Os clientes têm a faca e o queijo na mão; podem ser arrogantes, mal-educados, mesquinhos, com o trunfo de que nunca lhes podemos responder à letra. Ou pelo menos não como nos apeteceria. Ali temos de engolir sapos, fazer um sorriso amarelo, tentar ser politicamente correctos e imparciais, mesmo que por dentro estejamos prestes a rebentar, com vontade de mandar um berro e de os mandar para o caralho em vinte línguas diferentes, aqueles filhos da puta que entram ali a achar que são os reis do pedaço, que podem dizer o que querem e deitar-nos abaixo sem levar resposta. O pior é que podem. Afinal são clientes, têm a razão do lado deles.

Com o tempo vamos aprendendo a digerir isto tudo, a ganhar estofo para lidar com gente estúpida, e a sair de cabeça erguida. Fazer ouvidos de marcador e ignorar é realmente a melhor resposta. Mas há dias em que não é fácil. Ainda não é fácil.

Obviamente, nem todos os clientes são assim. Há os que são simpáticos, os que sorriem, cumprimentam, elogiam, agradecem. E um desses compensa todos os outros.

Falo aqui da farmácia porque é a realidade que conheço, mas acredito que este cenário se estenda a todos os empregos de atendimento ao público.
Não é que eu fosse mal-educada, mas agora dou por mim a ser especialmente simpática para com os empregados, quando entro numa loja, num café, seja onde for. Porque caraças, eu sei o que é estar do outro lado, sei como sabe bem ter um sorriso correspondido, um obrigada e bom dia.
É chato estar numa fila à espera, dar vinte voltas para arranjar estacionamento, apanhar chuva, querer um produto e ele estar esgotado, querer pagar com multibanco e o terminal não estar a funcionar. Pois é, nós também sabemos o que é estar desse lado. Mas são pessoas que estão à vossa frente, não somos máquinas. E não temos culpa de todos os males do mundo.

Errata

As notícias estão erradas. Quem vai comprar a PT não é a Altice. Sou eu. Façam de conta que não leram o "t". A verdade é que sempre quis uma casa na Fontes Pereira de Melo.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Educação não sujeita a receita médica

Antigamente, havia miúdos reguilas. Outros calminhos. Alguns eram mais distraídos e irrequietos nas aulas, outros eram mais aplicados e organizados. Agora já não. Agora as crianças têm distúrbios de défice de atenção, transtornos obsessivo-compulsivos, são hiperactivos ou sobredotados.
É claro que estas doenças existem mesmo e devem ser levadas a sério. Mas daí a pegar em qualquer birra e atribuir-lhe um distúrbio psicológico, vai um grande salto.
O acesso rápido e facilitado à informação (Internet e afins) traz muitas coisas boas, mas também deixa muita gente com macaquinhos no sótão. Pesquisam meia dúzia de sintomas na Wikipedia et voilá, está o quadro clínico traçado. Parece que os pais (e educadores) têm uma necessidade de rotular todos os comportamentos e desculpabilizá-los com uma patologia. Quando na verdade as crianças podem ser só isso mesmo, crianças. Traquinas, barulhentas, com fases como a lua. E mal-educadas, muitas. Uma dose de educação é infinitamente mais eficaz do que um frasco de Ritalina, e não tem efeitos adversos. Nem devia precisar de receita médica.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Q.b.

Como qualquer pessoa, gosto de chegar a uma loja e ser bem recebida por quem lá trabalha. Gosto que sorriam, aceito de bom grado que me perguntem se preciso de ajuda, que se mostrem disponíveis, até que me falem das promoções. Mas também aprecio que me deixem à vontade, sem parecerem cães de guarda.
Acho que, como em tudo, o grau de prestabilidade deve ser adaptado ao contexto. Nas prateleiras de uma sapataria, perguntarem se procuro algum número daquelas botas é simpático e louvável. Nos provadores de uma loja de lingerie, dizerem-me para estar à vontade e chamar "se precisar de uma mãozinha", é esticar demasiado a corda.
Graças a Deus ainda consigo apertar um soutien ou vestir umas cuecas sozinha, e se precisasse de uma mãozinha não seria certamente a da empregada. Mas pronto, fica a boa intenção.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Sobras do Natal


A simplicidade de ser criança

Sobrinho, de 3 anos, foi ao Planetário com o jardim de infância. Pergunto-lhe, ao telefone, do que é que gostou mais. 
- Fomos num carro muito grande!
... era um autocarro. A parte melhor de ir ao Planetário foi a viagem de autocarro, que ele nunca tinha feito. O mundo aos olhos das crianças é tão mais simples, tão melhor.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Primeira pessoa

Ontem, a fazer noite de serviço na farmácia, as frases que mais ouvi foram "vim directo aqui à farmácia porque já sabia que, indo para o hospital, passava lá a noite e o resultado era o mesmo", ou "ainda passei à porta das urgências, mas está lá tanta gente que nem valia a pena esperar".

E isto é tenebroso. É o retrato vivo dos utentes que estão a perder a confiança no serviço público e recorrem a outros meios - quando podem.
Começam a ser recorrentes as notícias de pessoas que morrem com as pulseiras de triagem no pulso. Justifica-se com a altura do ano, a falta de médicos e a grande afluência aos hospitais. Abrem-se inquéritos para apurar responsabilidades e o diabo a quatro mas, no fim do dia, a única certeza é que o Serviço Nacional de Saúde não tem capacidade de resposta perante as necessidades dos utentes. Vamos tapando o sol com a peneira, nos grandes números estamos menos mal, mas são estes números pequeninos que fazem a diferença.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Ide testemunhar para outra freguesia

Raros são os dias em que consigo estacionar o carro de manhã e encontrá-lo igual ao fim da tarde. Raríssimos. Quase sempre o encontro enfeitado com papelada presa no limpa pára-brisas. Panfletos da nova lavandaria, do electricista, da empresa de mudanças e - os meus preferidos - dos professores Karamba que por aí nascem que nem cogumelos. Que lêem cartas, búzios, mãos, bolas de cristal e sopas com massinhas de letras. Que me resolvem os problemas familiares, os de dinheiro, os de saúde, os de amor. All you need is love e um Professor Karamba a quem recorrer nas aflições.
À custa disto tenho o carro atafulhado de papéis, que vou juntando para depois deitar fora. Pelo menos resolvem-me o problema da falta de folhas de rascunho.
Também se fazem daqueles autocolantes "publicidade indesejada aqui não" para carros?

Ah. E esqueci-me de outros. Os famosos panfletos dos jeovás ou coisa que o valha, que começam com um título a negrito do género "Deus é o teu melhor amigo"... não vos sei dizer como acabam, que nunca li mais que isso. Mas sou capaz de ter uns quantos ali no carro.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Mais projectos interessantes: Refood

O conceito é muito simples.
Todos os dias há desperdício de alimentos. Nos restaurantes, cafés, hotéis, supermercados à nossa volta. Quilos e quilos de comida produzida em excesso que acabam no lixo.
E depois, do outro lado, temos pessoas com fome. Pessoas que passam por dificuldades económicas e que não têm comida para pôr na mesa. Estas pessoas não estão só em África, não estão só nos países menos desenvolvidos. Estão à nossa volta também. Na nossa cidade, na nossa rua, na porta ao lado.
Então porque não colmatar esta necessidade com este excesso? Só é preciso quem faça essa ponte. É aí que surgem os voluntários. E é assim que, pelas mãos de Hunter Halder, começa o Projecto Refood. Aos voluntários, só é pedido que trabalhem duas horas por semana. A recolher, preparar e distribuir os alimentos excedentes pelas pessoas carenciadas. 
O projecto Refood já está espalhado por várias cidades do país. Alguns núcleos estão já no activo, e outros estão ainda em preparativos. É preciso muito trabalho para pôr a ideia a andar: angariar voluntários, identificar parceiros e carências, preparar todo o plano de acção, sincronizar horários, disponibilidades e necessidades. Mas tudo isto certamente compensa, no final.
Procurem o Refood na vossa cidade. Se estiverem dispostos a ajudar, a dar um bocadinho do vosso tempo para reduzir o desperdício alimentar à vossa volta, serão bem-vindos.



sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Bons costumes

Tão bom que adorava poder pôr isto em prática.


Floreados

E ainda na mesma linha de pensamento, os cereais de pequeno-almoço milagrosos. Eles são saudáveis, deliciosos, e prometem pôr-nos em linha para o verão, bastando para isso:
1. Comer os ditos cereais (de preferência ao pequeno-almoço e em substituição do jantar)
2. Fazer uma alimentação saudável durante o resto do dia
3. Praticar exercício físico

Eu era capaz de apostar que se cumprirem à risca os pontos 2 e 3, vão descobrir que o milagre não está nos cereais. Ou nos drenantes, cápsulas queima-gorduras e cremes anti-celulíticos. A diferença está no estilo de vida que levam.
Mas atenção que eu não estou aqui para estragar o negócio a ninguém - incluindo o da farmácia (a minha patroa que não me ouça, que estou num contrato a termo).

Estou um pouco confusa

Água morna com umas gotas de limão. E gengibre. Não, tirem o gengibre. Esqueçam o limão. Arrefeçam a água. Bebam um grande copo. Não, assim tão grande também não porque o nosso corpo não consegue absorver essa água toda. Comam antes uns frutos secos.

Nisto do jejum - tal como em tudo o resto - há teorias que nunca mais acabam.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

À dúzia é mais barato

Quero candidatar-me às Presidenciais de 2016 e conto com o apoio do PSD. Vou de braço dado com o Marcelo, o Santana Lopes e o da Madeira, que não me lembro agora do nome. E de quem mais se quiser juntar. Sois todos bem-vindos. Nestas coisas da política, há sempre tacho lugar para mais um.

Bairro do Amor

Já toda a gente conhece - provavelmente pelas mãos e palavras da Pólo Norte - este projecto delicioso que é o Bairro do Amor, " uma Instituição Particular de Solidariedade Social, com o objectivo de potenciar a inclusão social através da participação comunitária".
O Bairro do Amor já deitou mãos à obra e parece que tem acções planeadas em vários distritos: um deles é Faro! Assim, por todos os motivos e mais algum, é com muito orgulho que monto barraquinha na vizinhança e me junto ao Bairro, no Workshop de Primeiros Socorros e Suporte Básico de Vida Pediátrico, no dia 31 de Janeiro, em Faro.

Informem-se e tornem-se também vizinhos do Bairro do Amor. :)


Li mas não concordo com os termos de uso

Cheguei ao mundo dos blogues há dias e, por todo o lado, vejo gente grávida. Isso não se pega, pois não? Não me lembro de ler em lado nenhum que escrevinhar para aqui umas coisas implicava receber uma encomenda da cegonha... mas confesso que passei as letras pequeninas à frente. Estou tramada.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Que raio de mundo, este


Mente curta

Gente que, em não tendo necessidade, estaciona em lugares reservados a deficientes:

A preguiça não conta como deficiência. Aquilo não é um desafio à vossa atitude de mauzões nem à (des)humanidade e falta de carácter que vos caracteriza. Não devia ser opcional, não devia haver margem para o "estou-me pouco borrifando para quem vem atrás". Se calhar quem vem atrás não tem - não tinha - mesmo escolha.

Oxalá tenham, um dia destes, a necessidade de se deslocarem numa cadeira de rodas, ou vejam a vossa mobilidade condicionada por um qualquer motivo. Não precisa de ser durante muito tempo, que eu não sou de desejar mal a ninguém. Bem vistas as coisas, até um dia chegava. Estacionem longe e em lugares apertados, rezem para que o elevador esteja a funcionar, tentem usar o multibanco sem se levantarem da cadeira. E depois venham cá contar como foi, que eu até gosto de humor negro.

Nos entretantos, não desespererm. Pode ser que um dia destes até inventem lugares específicos para gente assim. É que ter de lidar convosco diariamente é uma merda.

Tenho medo do verão

Tenho um vizinho holandês.
O meu vizinho holandês mudou-se há pouco tempo para Portugal.
O meu vizinho holandês está na varanda em tronco nu, calções e chinelos. O que é que se passa com o termóstato desta gente?

(o meu vizinho holandês tem idade para ser meu pai, barriga para ser a minha prima grávida, e nenhum filho à vista)

Ainda vou a tempo

Três portugueses com menos de trinta anos estão entre os mais bem-sucedidos do mundo, segundo a revista Forbes. Ah mas isso é só a malta do desporto, os artistas e socialites. Não, por acaso não, está ali uma farmacêutica. Ainda me faltam uns anos para os trinta. A ver se arregaço as mangas... Lá para Junho, que agora está frio.

Notícia daqui.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Tomem lá uma selfie minha no carro e não digam que vão daqui


Ah, caraças, não era esta câmara... Não há meio de atinar com estas novas tecnologias. Logo agora que ia encher isto de hashtags. Andei a treinar a boquinha de pato a manhã toda e agora o que é que eu faço com isto? Mando-vos beijos de boa noite?

Teste vocacional

No último ano, essa bela invenção que é o banco de horas deu-me direito a três semanas de férias. Depois de uns meses caóticos na farmácia (esperavam uma profissão mais exuberante?), finalmente abrandámos o ritmo speedy gonzalez e pudemos ajustar contas com o calendário. E cá estou eu, de férias em casa dos pais - o melhor hotel do mundo. Tem sido uma semana ao bom estilo bebé Michelin. Comer, dormir, pouco mais.

Há pouco ligaram-me do trabalho. Estranhei. Querem que eu pense na planificação das férias, para deixarmos isso alinhavado o quanto antes. Estou de férias e ligam-me para que vá pensando quando é que quero marcar mais férias.
Venham estudar Farmácia, crianças, isto é do melhor que há.

Silêncios constrangedores?


Adoro reproduzir isto.

É sempre um prazer negociar com ele

Empresto o carro ao meu pai durante umas horas, e quando volta para as minhas mãos está com o banco do condutor quase deitado, sintonizado na Rádio Renascença... e com o depósito cheio.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Deslizes à Grande Vitesse

Cento e cinquenta e três milhões de euros gastos em estudos, só para chegarem à belíssima conclusão que o TGV é um projecto inviável em Portugal.
Eu tinha feito o mesmo por metade do preço, no fim ainda íamos todos a uma jantarada, e cada um levava para casa uma t-shirt comemorativa e uma garrafinha de Quinta da Aveleda. Mas não, foi preciso recorrer a contratações externas, o que se diz lá fora é que conta... E depois querem que este país ande para a frente.

Por mim, instalávamos antes um teleférico Lisboa-Porto. E depois Madrid, e Vigo, e íamos conquistando o mundo assim, um apeadeiro de cada vez.
Ah e tal, o TGV era mais rápido. Então e a vista? O carpe diem, o yolo? Sejam consistentes com o que publicam no Facebook, por favor. Mais importante que o destino é a viagem, li numa citação da Chiado Editora.

Taboo

A palavra do ano foi corrupção. Adivinham de que país estou a falar?

Três pistas:
-  nesta eleição, a medalha de prata foi para xurdir (vocês também xurdem e não sabiam, ou sou só eu?) e a de bronze para selfie
- em anos anteriores, tivemos vencedores como vuvuzela, austeridade e entroikado (honrosa excepção para bombeiro, palavra eleita em 2013)
- 22 mil pessoas exerceram o seu direito de voto, neste referendo tão importante para o país

Notícia daqui.

Faltam guardas nas prisões sobrelotadas

E faltam guardas cá fora para prevenir essa sobrelotação.

Deve ser fome

Apetecia-me algo. Sei que não é o momento, mas o que eu queria era... um Ferrero Rocher. A Dona Alice do Intermarché não me atende e eu estou desesperada, pois era nela que estava a depositar todas as minhas esperanças. Tanto quanto sei, é ela que está a exercer as funções do motorista Ambrósio, e também das farmácias de serviço e da fada dos dentes.
Não sei se a Dona Alice faz entregas ao domicílio, mas ia pedir-lhe essa atençãozinha, quanto mais não seja por sermos homónimas. A chave está debaixo da porta e eu estou no sofá da sala. Traga-me também um copinho de água, que o chocolate dá-me sede. Fresca. Sei que já é tarde, mas a gula não tem horas e eu não sou ninguém a menos que o Joãozinho.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Disso da nails art

É tudo menos arte. Tudo bem que há categorias de arte que são mais abstractas, onde cabe quase toda a tralha que não se parece com nada, mas que a malta acena que sim, aquilo tem muito valor, sob pena de serem apelidados de ignorantes e mentes fechadas, quando na verdade são só pessoas com bom senso. Mas ainda assim, acho que inserir unhas compridas, pontiagudas, com texturas, cores e padrões estrambólicos, em qualquer uma dessas categorias, é esticar demasiado a corda.
Os manos Revson devem andar às voltas no túmulo, paz às suas almas. Eu faço-lhes a devida homenagem, tenho sempre as unhas pintadas. Arredondadas, monocromáticas. Bonitas, julgo eu. Entediantes, dirão estas artistas em ascenção.
O certo é que este fenómeno tem crescido e está espalhado por tudo o que é rede social e gabinete de estética e beleza da Dona Mariquinhas. Ocorrem-me muitas questões para colocar às adeptas desta (por facilitismo, vamos continuar a chamar-lhe) arte. Se fazem reuniões ao bom estilo tupperware; como lavam a louça; como apanham brincos pequenos do chão - os meus são especialmente sensíveis à força gravítica; como vestem collants de vidro; e tantas outras igualmente sugestivas. Mas temo que a auto-defesa seja uma aplicações ocultas desta arte, imagino-me com cortes e escoriações várias, e opto pela ignorância. Às vezes é o melhor.

É como as pensões de alimentos

Enquanto continuar os estudos, tenho essa benesse. Até podem pensar lá com os seus botões, mas ninguém me toca no assunto já tens idade para casar e fazer meninos.
Sim, porque o mais pequeno cá de casa, de quem eu falava, é o sobrinho. O meu mais novo é o mestrado, e está ainda em fase embrionária.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Faz-me o jeitinho

Não sei bem a quem me dirigir. As prendas é com o Pai Natal, a protecção com os anjos da guarda, as estadias em Paris com o Carlos Santos Silva... Então e as resoluções de Ano Novo?

Adiante, alguém há-de me ouvir. Queria rectificar as minhas. Acrescentar uma e alterar a ordem geral. Antes daquilo do exercício físico, do regresso ao ginásio, das corridinhas diárias - estás situado? - inserir: "Viver num país onde os termómetros não baixem dos 15ºC".

E, se não for exagerar, acrescenta à socapa, em letras pequeninas, nas resoluções de família/amigos: "Não oferecer mais pijamas polares, pantufas ou mantas quentinhas".

Um dia perceberás porque não

Hoje chegou-nos a notícia de que uma amiga está grávida. Tenho um bebé na barriga, dizia ela ao mais pequeno cá de casa.
A resposta dele, franzindo o sobrolho: engoliste-o?

Mas tudo está bem, desde que pareça bem


Talvez haja mais

Existe um nome para aquelas pessoas que, mesmo estando de férias, põem despertador para a hora do costume, só para depois terem o prazer de o desligar e continuar a dormir: masoquistas.

Eu arrisco

Que uma pessoa é presa por ter cão e por não ter.
Conheci este projecto por acaso, e agora apetece-me falar dele a toda a gente: Música para os meus olhos. Sabem aquelas letras de músicas que nos ficam na cabeça por umas temporadas valentes e que andamos sempre a trautear? Por terem um qualquer significado ou simplesmente porque ficam no ouvido? E que tal passá-las da memória para o papel, emoldurar e pendurar na parede? A ideia é tão simples quanto isto. E o resultado é genial, vale a pena espreitar.

Gostava que esta ideia tivesse sido minha. Não foi. Não sei de quem foi, na verdade. Mas é uma delícia.

Pergunta para queijinho

A partir de que blogo-idade é que se podem divulgar produtos/empresas/pessoas, sem parecer intrujice ou factor cunha descarado? Espero até amanhã? Ou isto, por ser época de saldos, fecha-se os olhos e papa-se tudo?

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Leggings para homens

O filme já era mau, e ainda decidem fazer a sequela.

Diz-se o mesmo das tatuagens

A depilação a laser é viciante. Uma pessoa começa nas axilas e quando dá por isso está a depilar zonas do corpo que nem sabia que existiam, quanto mais que tinham pêlos.

Passagem de Ano

Vestidos de lantejoulas, pernas à mostra, e mais costas, decotes ou descaradamente mamas, saltos de 15 centímetros, maquilhagem carregada. E depois vão passar essa aclamada noite onde? Na Praia dos Pescadores, em Albufeira.

Valha-nos o Tiago Bettencourt.

É agora ou nunca

Quando eu nasci, os blogues que hão-de salvar a Humanidade já estavam todos escritos, só faltava uma coisa - salvar a Humanidade.

Ora então, bom dia. Vamos lá a isto.