segunda-feira, 9 de novembro de 2015

#PrimeiroAssédio

Não deve haver uma única mulher que não esteja familiarizada com essa prática tão bonita que é o assédio sexual, apelidado de piropo para não ferir susceptibilidades.
Um piropo, diz o dicionário, é uma "expressão ou frase dirigida a alguém, geralmente para demonstrar apreciação física". Não me parece que um "fodia-te toda até achar petróleo" preencha os requisitos, mas isto sou eu que sou picuinhas com a língua portuguesa.

Já espero estas demonstrações de afecto de qualquer lado, mas hoje ainda me conseguiram surpreender. Um GNR passou por mim de carro, mirou-me de alto a baixo e mandou-me um beijo. Não sendo do mais brejeiro que já apanhei, o facto de vir de uma suposta autoridade meteu-me um nojo acrescido que ainda estou a digerir.

Não me lembro de assinar nenhum juramento para fazer ouvidos de marcador a estas barbaridades e achar graça a que desconhecidos na rua se pronunciem sobre mim, o meu rabo, as minhas mamas, as minhas pernas, o que quer que seja, se achem no direito de mandar beijos, fazer gestos, abrir a boca ou a braguilha à minha frente quando eu não os conheço de lado nenhum nem faço tenções disso.
Mas faz de conta que não faz mal, que assinámos todas um pacto de silêncio para deixar passar em branco e não dar importância, já se sabe como são os homens e as suas coisas. O resultado é o que se vê. A solução será qual, chamar a polícia? Ah...

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